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BRAIN ATHLETE SPORTZ

A lição de Gabi: “Lute como se fosse o último campeonato da sua vida”

Gabi Pessanha celebra mais uma vitória. Foto de Tyy Withrow/GRACIEMAG

A carioca Gabrieli Pessanha é hoje a faixa-preta mais temida do Jiu-Jitsu esportivo.

Cria da Cidade de Deus, a atleta da Infight conquistou o ouro duplo no Mundial 2022, em junho, na Pirâmide de Long Beach.

Além de se tornar bicampeã mundial aos 21 anos, Pessanha foi consagrada com o tão sonhado duplo Grand Slam. A fera conseguiu a façanha de vencer a categoria e o absoluto nas quatro competições mais importantes da IBJJF (Mundial, Brasileiro, Pan e Europeu) na temporada.

Mas Gabi suou para beliscar o absoluto no Mundial. A jovem craque teve pela frente a americana Amy Campo, estreante na competição como faixa-preta. As finalistas travaram um confronto bem equilibrado, com direito a uma raspagem para cada lado. No entanto, a carioca derrotou a rival na decisão dos jurados, após empate por 2 a 2.

A rainha do Jiu-Jitsu conversou com a equipe do GRACIEMAG.com e comentou o desempenho no Mundial, o grande diferencial em relação às adversárias e o que a mantém faminta por mais medalhas.

GRACIEMAG: Você fez uma temporada impecável, e foi campeã do Mundial, Brasileiro, Pan e Europeu. O que esse Grand Slam duplo representa para você?

GABI PESSANHA: Ganhei meu primeiro Grand Slam na faixa-roxa, em 2018, e lembro que fiquei muito feliz com essa conquista. Sempre quero o melhor do Jiu-Jitsu para mim e sei que estou construindo uma linda história. O sentimento é de gratidão por ter trabalhado muito e de muita felicidade pela história incrível que eu estou escrevendo através do Jiu-Jitsu.

 

Você ainda tem 21 anos e já conquistou os campeonatos mais importantes no Jiu-Jitsu. O que te faz manter o foco e não deixar o sucesso subir à cabeça?

Meu objetivo no Jiu-Jitsu é ser melhor a cada dia. É isso que me faz manter o foco e a disciplina. Porque faço o que ninguém faz para não ser apenas mais uma. Tive de abrir mão de muita coisa. Meu professor, Marcio de Deus, trabalhou desde a faixa-amarela com a gente para não deixar nosso sucesso subir à cabeça. Então estamos conquistando tudo com a cabeça muito boa. Não sabemos o dia de amanhã. Hoje estamos no topo, mas amanhã a gente pode descer um degrau. Então não tem por que ter soberba. Ele trabalha muito isso com a equipe: humildade sempre, porque sabemos de onde viemos.

Qual é o maior diferencial no seu jogo em relação às adversárias?

Acho que é mesmo a vontade. Eu quero mais do que todo mundo, pode acreditar. Minha mãe até brinca e fala: “Vai faminta!”
Eu luto com muita vontade e com muito coração. Tenho uma frase que sempre carrego comigo: lute como se fosse o último campeonato da sua vida. Meu professor sempre ensinou muito isso. Na minha primeira final de Campeonato Mundial, ele falou que a técnica e a força não iam sobressair, mas quem quer mais. E eu sempre estou faminta.

Você teve uma luta duríssima na final do absoluto, contra a Amy Campo. O desempenho dela surpreendeu?

Não me surpreendeu, mas foi uma luta bem dura. Meu professor já tinha estudado a Amy e eu sei que ela vem do Jiu-Jitsu sem kimono. Então, em todos os momentos na luta, a travei com as pegadas porque ela cola bem e para tirar depois é difícil. Ela tirou meninas muito duras que eu achei que fossem para a final no absoluto.

Qual foi a primeira coisa que passou na sua cabeça quando você se deu conta que ganhou ouros duplos em dois Mundiais, num intervalo de seis meses?

Confesso que a ficha ainda está caindo. O Mundial é um sonho e a maioria das pessoas que treinam Jiu-Jitsu profissionalmente pensa ser campeão mundial. E ser campeã mundial quatro vezes em seis meses é surreal. Ainda estou procurando palavras para agradecer porque está um misto de sentimentos.

Quais são seus próximos passos no Jiu-Jitsu? Pensa em ser uma estrela também no MMA?

Estamos vendo minha agenda de campeonatos, mas nada confirmado. Não penso em migrar para o MMA, ao menos por agora. Fico pensando, sabe? Se minha mãe já passa mal quando eu luto Jiu-Jitsu, imagina tomando soco na cara. No momento, estou com novos objetivos e vamos torcer para dar certo.

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