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Marcos Cunha e seu projeto social para mudar vidas com o Jiu-Jitsu

Batizado como UCLA, projeto do GMI busca trazer o Jiu-Jitsu para pessoas com menos oportunidades. Foto: Reprodução

Com o objetivo de expandir o alcance do Jiu-Jitsu e de seus benefícios, nosso GMI Marcos Cunha idealizou e botou em prática o seu sonho de projeto social. A UCLA, sigla que traz as iniciais de união, companheirismo, lealdade e amizade, dá moradia e treinamento de forma gratuita a seus participantes, com a missão de facilitar a busca por um futuro grandioso o Jiu-Jitsu e na vida.

Em papo com o GRACIEMAG, Marcos deu detalhes sobre a concepção do projeto, suas conquistas e o futuro que ele vê para sua iniciativa. Confira nas linhas abaixo!

* Entre para o time GMI! *

GRACIEMAG: Para qual finalidade o projeto é voltado e quantos atletas o projeto contempla hoje?

MARCOS CUNHA: O projeto é voltado para atletas de alto rendimento. A minha intenção é dar oportunidade de treino, tanto de Jiu-Jitsu quanto preparação física, para que esses atletas possam praticar com tranquilidade.Desta forma, busco aumentar a dedicação deles para que possam alcançar seus objetivos, formando pessoas melhores dentro e fora dos tatames, sendo exemplos para as próximas gerações. Atualmente o projeto tem capacidade para comportar dez alunos e nós já estamos nos preparando para receber o nono, que é italiano e será o primeiro estrangeiro a se juntar conosco.

De onde surgiu a ideia de criar um projeto social?

Contei com muita ajuda para chegar até onde estou hoje e, por conta disso, sempre tive o sonho de ajudar outras pessoas. Um exemplo disso foi uma pessoa que me ajudou a montar minha primeira academia, investiu uma grana e montou o meu CT para mim. Quando eu fui pagar o valor combinado, ele não aceitou o dinheiro da primeira parcela, mas me chamou para conversar e disse que, da mesma forma que ele viu um talento em mim, eu deveria ajudar e acreditar em outras pessoas na mesma situação. Essa foi uma forma que consegui ajudar outras pessoas a viverem completamente o Jiu-Jitsu.

Como o projeto se iniciou e qual foi a parte mais difícil pra fazer o projeto “começar a andar”?

Eu tive essa ideia há bastante tempo, mas só no final do ano passado, em meio a pandemia, nós tivemos mais disponibilidade de tempo e pude começar a pensar melhor sobre o projeto. Sentado com a minha aluna Duda Tozoni, que eu considero meu braço direito, decidi levar o assunto até alguns parceiros e ver o que eles achariam. Conversei com algumas pessoas sobre o valor e outros pontos que seriam necessários para o bom andamento do projeto e resolvi iniciá-lo em janeiro deste ano. O maior desafio foi e ainda é selecionar os atletas, pois quero ajudar a todos, então escolher alguém para integrar esse projeto é muito difícil. As mensagens que recebo, que são de várias pessoas do Brasil inteiro, me comovem. Não quis trazer campeões, mas sim pessoas que tenham vontade de se dedicar ao Jiu-Jitsu e que eu possa formar. Então, na maioria dos casos, trouxe faixas-azuis e roxas para que eu possa guiar esses atletas através da marrom e preta dentro da nossa academia.

Marcos e sua equipe. Foto: Reprodução

Você citou algumas parcerias do projeto. Você pode explicar melhor e dizer o que mais você pretende oferecer aos seus atletas num futuro próximo?

Quando montei o projeto, não tinha tudo planejado, só a casa e a intenção de trazer o Jiu-Jitsu para os participantes. Inicialmente, tive ajuda de dois alunos, um formado em educação física e a outra em nutrição. Depois, conseguimos um médico e um fisioterapeuta para acompanhar os atletas e fazer trabalhos para tratar e prevenir lesões. O ensino do Jiu-Jitsu ficou inteiramente por minha conta, mas firmei parcerias com outras academias para obter os equipamentos que achei necessário para complementar esse treino, como aparelhos de musculação e preparo físico. Não quis fornecer aos atletas apenas o necessário para treinar, então também consegui ioga, que ajuda muito dentro e fora dos tatames, e aulas de inglês, que é uma grande ajuda para quando eles forem viajar, ministrar seminários ou até mesmo dar aulas no exterior.

Atualmente recebo ajuda apenas para alimentação e para o aluguel da casa em que eles moram, mas minha meta é obter parceiros que consigam me ajudar a arcar com os custos de inscrição para campeonatos, viagens que eles farão para competir e suplementação alimentar. Quero também firmar parceria com alguma universidade para que todos os atletas possam ingressar no ensino superior e se tornar exemplos ainda maiores na comunidade do Jiu-Jitsu.

Qual é a melhor parte, na sua opinião, em se tocar um projeto social?

A melhor parte é você ver que está trabalhando com pessoas que realmente querem, precisam e se dedicam a isso. É saber que você ajudou essas pessoas a viver da forma que elas querem viver. Apesar de dificuldades financeiras ou de qualquer outro tipo, nós estamos ajudando esses atletas a viver para o Jiu-Jitsu, de forma que no futuro eles tornem o Jiu-Jitsu seu sustento. A melhor parte é dar essa oportunidade e ver que eles irão alcançar os objetivos deles. Mais do que isso, os objetivos deles passam a ser os seus, porque você se sente realizado em ver que o seu planejamento deu certo, você até acaba se envolvendo emocionalmente. Conviver, ensinar e aprender com essa galera mais nova me deixa realizado.

Marcos guiando os atletas da UCLA nos tatames. Foto: Reprodução

Qual é a dica que você dá para quem quer começar uma ação similar à sua?

É preciso ter em mente que não tem a ver com você, mas que você está lidando com outras vidas e com os sonhos de outras pessoas. Desta forma, é importante planejar e se estruturar bem, ter pensamento positivo e buscar pessoas que vão acreditar no seu projeto da mesma forma que você. Quando tudo estiver pronto e planejado, você começa a dar essas oportunidades, mas sem esquecer do número de pessoas que você tem condições de ajudar. Se só conseguir ajudar duas pessoas, não convide dez, porque você não terá condição de cumprir o que está propondo e pode acabar afetando o sonho dessas pessoas. Seja sincero no que você pode dar, não minta. Se só puder fornecer moradia e Jiu-Jitsu, deixe isso bem claro.

Qual é a meta geral do seu projeto para o futuro? Abrigar mais atletas, ter filiais em outros estados? Algum plano mais avançado?

A meta é obter parceiros para que eu consiga dar mais conforto, melhorar o treinamento e permitir que eles viagem para participar de mais campeonatos. Estou buscando também parceiros que consigam ensinar educação financeira, para que os atletas aprendam a lidar com o dinheiro que o Jiu-Jitsu irá proporcionar nessas competições.

Tenho ideias para abrir outros pólos deste projeto. Já estamos planejando nossa primeira filial em Joinville, no estado de Santa Catarina, e assim que estivermos estruturados, queremos levar o UCLA para outros estados. Queremos dar esta oportunidade para muitos atletas e tornar nosso projeto um exemplo no Brasil e no mundo. Depois que der certo, quero inspirar outras pessoas a usar essa ideia para gerar projetos semelhantes ou até melhores que o meu para dar mais oportunidades para quem não tem.

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